As onças tem se tornado um problema comum no dia a dia dos produtores rurais da região, visto que a caça é crucial para sua sobrevivência, os animais fazem das criações de gado seus banquetes. Mas afinal, o que fazer para evita-las? Em conversa no grupo MATREL (Mulheres do Agronegócio de Três Lagoas) via WhatsApp, muitas participantes revelaram suas dificuldades em se livrar das onças. Aprofundando-se na discussão, Cristiane Narimatsu compartilhou sua situação com os danos causados pelos animais em sua propriedade.
“Já usamos cerca elétrica, já tentamos concentrar maternidade e lotes de bezerros mais novos perto das colônias, mas hoje elas estão cada vez mais mansas”, conta Cristiane. Ela ainda diz que tentou realizar inúmeras ligações para órgãos de preservação, mas sem sucesso: “Eles não podem fazer nada. Uma vez falaram que o governo reembolsaria os animais abatidos por onça, mas nunca consegui que alguém confirmasse a informação.”
Cristiane conta que em 2022 as onças foram responsáveis pela maior causa de morte dos bezerros na fazenda, mas que atualmente aprendeu a conviver com os animais: “Assim hoje convivemos. Temos muitas reservas e corredores ecológicos que facilitam a movimentação delas, e também muito tatu, porco do mato e capivaras, mas ainda sim preferem os bezerros” ela ainda reforça “Vamos ter que aprender a viver com elas e computar isso na porcentagem de perdas”.
O Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o CENAP (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros) publicaram em 2015 um “manual” sobre como lidar com os conflitos relacionados aos mamíferos carnívoros. Dentre as recomendações apresentadas, algumas são: Repelentes primários (luzes, sirenes, sinos, fogos artifícios), detectores de movimentos, estímulos sonoros, fitas coloridas nas cercas, espantalhos, substâncias repelentes e muito mais.
É importante salientar que a preservação das onças é crucial, afinal os animais buscam apenas sua própria sobrevivência em seu habitat natural. Em uma conversa privada diretamente com Cristiane, a mesma ressalta: “Temos que ter a consciência de que faz parte, no fim das contas, fomos nós que ‘invadimos’ o habitat delas. Na fazenda, não deixamos ninguém caçar nem fazer mal a elas, tentamos manter a convivência pacífica”.
Por fim, Cristiane brinca: “Não ajudei muito, mas compartilho da mesma situação. Até gosto delas e queria muito ver uma pintada um dia, porque as pardas estão bem folgadas”.
Quer participar do grupo? Envie uma mensagem para (67) 8121-8900 [Juliana] e garanta seu acesso.
Assessoria de comunicação,
SRTL