Uma viagem técnica aos Estados Unidos, entre os dias 14 e 21 de setembro, encerrou a terceira edição do Programa Líder MS, que forma lideranças no setor agropecuário em Mato Grosso do Sul desde 2017.
Na caravana com integrantes do programa de todo o Estado, estavam os representantes de Três Lagoas Stéphanie Ferreira e Kennides Martins, que também dirigem o Sindicato Rural Jovem. “O principal objetivo da viagem foi propiciar que pudéssemos conhecer os sistemas de produção e gestão das propriedades norte-americanas, para termos noção de como os principais problemas são enfrentados por lá”, resume Stephanie.
Ela explicou que a viagem foi bastante rica e proporcionou aos participantes muito conhecimento técnico. “Nós percorremos propriedades rurais com diferentes atividades em Chicago, Illinois, Indiana e Wisconsin”, explica.
Em Chicago, por exemplo, o grupo conheceu uma fazenda com foco estratégico na produção de leite, queijos e sorvetes, além da suinocultura. “Estamos bem atrás na atividade leiteira. Sozinha, uma propriedade produz mais que em todo Mato Grosso do Sul, com 33 mil vacas em lactação que produzem cerca de um milhão e trezentos mil litros de leite por dia! Isso me deixou um pouco preocupado, mas gosto de olhar pelo lado positivo, pois temos muito a evoluir nessa cadeia”, destaca Kennides.
Em seguida, eles visitaram uma fazenda de grãos, com apresentação geral da safra de milho, logística e comercialização, projeções para o mercado futuro, seguro e crédito agrícola, entre outros temas. “Eles não sabiam que no Brasil temos duas colheitas de milho por ano! Lá eles fazem apenas uma, pelas condições climáticas”, observa Stephanie.
A preservação ambiental nas propriedades norte-americanas também chamou a atenção dos visitantes. “Perguntamos para dois produtores qual era a obrigação em preservar vegetação nativa e ambos responderam que nenhuma. Não digo que nosso Código Florestal não seja necessário, pelo contrário, mas o que me impressiona é que mesmo o Brasil preservando mais de 60% e os EUA menos de 20% (dados da Nasa e Embrapa Territorial), nós que ainda temos a “fama” de destruidores do meio ambiente”, comenta Kennides.
O grupo também conheceu a famosa Jerry Smith Farm, fundada em 1971 e especializada no cultivo de abóboras e vegetais. A propriedade é tida como exemplo em sucessão familiar. A visita foi concluída com passagens pela fábrica Case/New Holand de tratores e colhedoras de algodão. “Temos muito potencial! Devemos acreditar nisso e trabalhar melhor o nosso cooperativismo”, finaliza Stephanie.